segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O adeus a Sócrates

Casagrande sente baque da morte de Sócrates no Pacaembu

O dia começou triste aos corintianos: a morte de Sócrates foi confirmada às 4h30 deste domingo. Ex-companheiro do Doutor, Casagrande demonstrou grande emoção ao tratar do assunto ao chegar ao estádio do Pacaembu, onde irá trabalhar como comentarista.
'No começo do dia, eu estava meio perdido, mas agora estou c
om vontade de ficar debaixo da minha cama', definiu o antigo ídolo da Fiel, em entrevista à Rádio Estadão ESPN.
Casagrande viveu na pele o drama de um grave problema de saúde relacionado a um vício. O ex-centroavante ficou afastado da função de comentarista para tratar problemas com drogas.
'Uma parte da minha história foi embora, comecei a pensar em tudo o que tinha acontecido. Metade da minha história foi embora, agora falta um complemento. Eu ficava meses e anos sem vê-lo, mas a nossa relação parecia aquele desenho que os personagens uniam os anéis', definiu.
Mesmo com toda a tristeza, Casagrande rejeitou a chance de não cumprir o compromisso profissional deste domingo. 'O pessoal perguntou eu se queria trabalhar, eu falei tudo bem, mas é complicado, é um assunto inevitável de ser perguntado, estou baqueado', encerrou.
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Amigo pessoal, Zico lamenta morte de



Sócrates: ‘Inteligência incomum’


Galinho e Doutor atuaram juntos no Flamengo e na Seleção Brasileira: ‘Genial dentro de campo’

Por Richard SouzaRio de Janeiro

Amigo pessoal de Sócrates, com quem atuou no Flamengo e na Seleção Brasileira, Zico lamentou a morte do ex-jogador, ocorrida na madrugada deste domingo, em São Paulo. O Galinho ficou sabendo da fatalidade ao acordar. Sua esposa foi quem lhe deu a triste notícia. O curioso é que o atual técnico do Iraque chegou a ligar para Sócrates no dia em que foi internado pela terceira vez, na última quinta-feira, mas não conseguiu falar com o amigo pela última vez...
- Sabíamos que a situação era grave, mas nunca estamos preparados para este tipo de notícia. Na quinta-feira, liguei para ele na hora do almoço, porque a intenção era fazer uma homenagem no Jogo das Estrelas (que será realizado em São Paulo, no próximo dia 28). Mas caiu na secretária eletrônica. À noite, a esposa dele me retornou, disse que tinha recebido o recado e que ele tinha acabado de dar entrada no hospital e a situação era muito grave. Ela estava com a voz embargada - contou.
Sócrates ao lado de Zico na concentração de Seleção em 1986 (Foto: AP)Sócrates e Zico na concentração da Seleção Brasileira em 1986 (Foto: AP)
Sobre Sócrates, Zico foi só elogios, tanto em relação ao lado pessoal como ao profissional do Doutor. Segundo o ídolo rubro-negro, o corintiano tinha uma “inteligência incomum”.
- Era um cara espetacular. Como jogador não há nem o que dizer, um dos melhores com quem joguei. Era engajado em causas do dia a dia, em assuntos que até fugiam da área dele. A grande qualidade era a lealdade. Tive o privilégio de ser amigo dele. Nossos filhos são amigos. Está indo muito cedo e num dia especial. Tinha inteligência incomum. Você sempre esperava coisa boa dele.
Zico lembrou ainda do tempo em que atuou com Sócrates. Os dois jogaram juntos na Seleção Brasileira e foram às Copas de 1982 e 1986. No Flamengo, ambos fizeram parte do time de 1986. O Galinho, no entanto, lamentou não ter tido a oportunidade de atuar mais vezes com o amigo. Segundo ele, foram apenas três partidas.
- Foi uma pena termos jogado juntos pouco tempo no Flamengo. Me machuquei, e foram só três jogos. Era genial dentro de campo. Quando voltei, ele se machucou. Em compensação, jogamos juntos naquele Fla-Flu, que vencemos por 4 a 1 - disse Zico, se referindo ao jogo pelo Campeonato Carioca de 1986, no qual o próprio marcou três dos quatro gols rubro-negros sobre o então tricampeão carioca (veja vídeo acima).
Zico e Sócrates se encontraram pessoalmente pela última vez em agosto deste ano, em São Paulo.

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Sócrates disse que queria morrer num domingo e o Timão campeão

A resposta teria sido dada após um clássico, em 1983; enterro foi simples


Perguntaram uma vez para o Sócrates, como ele queria morrer. Ele respondeu sem pensar: "Quero morrer em um Domingo e com o Corinthians Campeão". Sócrates morreu por volta das 4h da manhã deste domingo (04/12) e foi homenageado por 40 mil Corinthianos por volta das 16h da mesma data em que o Timão foi Campeão Brasileiro.
A resposta teria sido dada após um clássico, em 1983. Pouco depois de a bola rolar para Corinthians x Palmeiras, no Pacaembu, jogo que daria o titulo para o Timão, cerca de mil pessoas foram para a sua despedida. Torcedores e amigos, muitos com as camisas do Corinthians e do Botafogo-SP (clube de origem), estiveram presentes ao enterro de Sócrates, neste domingo, em Ribeirão Preto.
A cerimônia ocorreu às 17h25 (de Brasília-DF) e era prevista apenas para a família, mas a Polícia não conseguiu conter a multidão, que seguiu o cortejo até a sepultura, no Cemitério Bom Pastor. O ex-jogador faleceu na madrugada deste domingo, aos 57 anos, vítima de choque séptico - ele enfrentava uma cirrose hepática e problemas no sistema digestivo, decorrentes de problemas causados pelo consumo prolongado de álcool.
Desde o início da tarde a movimentação era grande no cemitério. O caixão com o corpo de Sócrates chegou ao local às 13h40 e foi visitado por tanta gente que foi preciso fechar as portas do salão às 16h30. Raí e Sófocles, irmãos do ex-jogador, representaram a família, mas não falaram com a imprensa. Um padre fez uma prece em homenagem ao Doutor. Outros ex-jogadores, como Wladimir, que ganhou três títulos paulistas pelo Corinthians ao lado de Sócrates (nos anos 80), e Zetti, amigo de Raí dos tempos de São Paulo, também foram se despedir de Sócrates. A esposa Kátia, muito abalada, não compareceu.

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