quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Dúvidas na Europa derrubam bolsas no mundo e puxam juros



















Ibovespa caiu 2,5%. Nos Estados Unidos, índices recuam mais de 3%

Se tem algo que o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, não tem perante os mercados é crédito. Ele finalmente disse ontem que irá renunciar, mas não deixou claro quando e essa incerteza ajuda a pressionar as bolsas para baixo e os juros de títulos para cima.

Berlusconi tinha dito ontem que entregará o cargo ao presidente italiano Giorgio Napolitano logo após a votação da Lei de Estabilidade do orçamento de 2012, que deve ser votada na próxima semana. Ele também insistiu que deve haver eleições após sua saída, mas que não deverá ser candidato.
Hoje, no entanto, os preços dos bônus da Itália despencaram, provocando um forte aumento nos juros, que levou as taxas para novos recordes desde a criação do euro, depois que a câmara de compensações LCH.Clearnet tornou mais cara a negociação com os títulos soberanos italianos.
Esta manhã, o yield dos bônus italianos de 10 anos subiu para 7,31%, superando o nível de 7% que levou Grécia, Irlanda e Portugal a serem socorridos. O yield dos bônus de 2 anos subiu para 7,16%.
Ações
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acompanhou o nervosismo global e caiu. Hoje, a aversão ao risco impera nos mercados internacionais por causa dos desdobramentos políticos na Europa, o que derruba os negócios locais. A baixa ainda desarma qualquer tentativa de descolamento e faz a Bovespa retroceder para o nível mais baixo do mês. O Ibovespa fechou com baixa de 2,50%, aos 57.549 pontos.
Em Nova York, Dow Jones caía 3% e S&P500 recuava 3,4%
"O dia hoje promete ser de grande realização, com quedas generalizadas entre as ações", prevê o gerente de análise de uma renomada asset, mantido em anonimato por questões de compliance. Ele explica que o mercado financeiro anda muito sensível ao noticiário europeu e os acontecimentos recentes têm deixado os nervos dos investidores à flor da pele.
"Questões políticas são de difícil entendimento e de difícil previsão. E elas têm ganhado força, criando um ambiente complicado para gerenciar os negócios", acrescenta.
O profissional citado acima lembra ainda que após o momento delicado com a proposta de referendo na Grécia - que culminou no pedido de renúncia do primeiro-ministro, George Papandreou - e da vitória de Pirro do premiê da Itália, Silvio Berlusconi, ontem no Parlamento - que resultou no comprometimento da saída do líder italiano depois da aprovação do pacote de medidas de austeridade - a Espanha pode entrar em cena a qualquer instante.
O país ibérico realiza eleições antecipadas dentro de dez dias e o Partido Socialista de José Luis Rodrigues Zapatero deve sofrer uma dura derrota, engrossando a lista que já conta com a queda de sete governos em três anos de crise europeia. "Fica a dúvida se vai parar por aí", avalia o especialista.
Nesse sentido, os dados divulgados pela China nesta madrugada sobre inflação e atividade devem ser relegados. "Apesar de os dados chineses apresentarem uma desaceleração da inflação local, o que corrobora a tese de que o país pode começar a dar incentivos ao crescimento econômico, o mercado deverá ser mais impactado pelo sentimento negativo dos investidores com o aprofundamento da crise europeia", comenta, em relatório, o analista da Um Investimentos, Eduardo Oliveira.
Europa
As principais bolsas europeias
nesta quarta-feira. O destaque da baixa foi a Bolsa de Milão, que recuou 3,78% ao término da sessão. Frankfurt perdeu 2,21%, Paris -2,17%, Madri -2,09%, Londres perdeu 1,92% e Atenas fechou em queda de 1,61%.






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